CPI DAS MILÍCIAS: Como enfrentar a criminalidade pela raiz?

No ano de 2008 o hoje deputado federal pelo PSOL Marcelo Freixo presidiu a CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um marco na luta contra o crime organizado e sua articulação com o poder público. O relatório final, que trazemos abaixo, pediu o indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis. Foi apresentado também 58 propostas concretas para enfrentamento dessa máfia, entre elas a necessidade de se cortar as fontes de financiamento das quadrilhas.

Trata-se de um documento necessário para conhecimento da sociedade, especialmente no momento em que vem a tona o assim chamado pacote “anti-crime” de Sérgio Moro, que não apresenta nenhuma novidade, a não ser o aprofundamento do modelo falido de insegurança pública, que aprofunda as mazelas do estado penal e aposta no aumento do encarceramento em massa, em especial da juventude negra e pobre.

Em termos simplificados, a atual política de insegurança pública ataca o problema em sua superfície. No caso do tráfico de drogas, por exemplo, corre atrás do traficante da favela, ou seja, combate o crime no “varejo”. No entanto, é bastante evidente que drogas e armas não são produzidas na favela, mas sim chegam até elas por um esquema mafioso que envolve tráfico em nível internacional, transações bancárias, transporte ilegal de cargas, bem como conta sempre com o envolvimento de gente poderosa, a exemplo de Senadores da República.

O relatório apresentado propõe medidas para atacar o problema em sua raiz. Recentemente, quando da apresentação do pacote “anti-crime” pelo ministro da justiça Sérgio Moro, o deputado federal Marcelo Freixo entregou a ele uma cópia da CPI das milícias (veja o vídeo aqui).

Podemos, portanto, dizer que Sérgio Moro já pode estar consciente de uma política real de enfrentamento ao crime, que vai na raiz do problema ao atacar os poderosos que lucram com as mazelas produzidas de modo violento pelo poder miliciano.

Acesse aqui o relatório completo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *